quinta-feira, março 29

A morte dos filhos que não são meus.


Você chora e lamenta qualquer tipo de infortúnio
Você briga por qualquer desentendimento.
Você suspira a qualquer desencontro.
Você muda sua personalidade por qualquer confronto.

Queria muito ter perdido a razão em não desesperar
Queria não ter arrependimentos ao contar uma história loca.
Queria muito não ter feridas que refreasse toda e qualquer ‘a mais’ que pudesse fazer
Queria não ter medo de sonhos sem rostos
Queria não ter de ferir outras partes, para esquecer-me da morte dos filhos que não são meus.

Quero muito não ter certeza de nada
Quero muito não sonhar com um prazo determinado
Quero muito ter de imaginar os filhos meus vivos
Quero muito dançar novamente com todos os encantos

Quero ainda estar com as mãos esticadas na beira da pista.
Quero ser aquela que pacienta em planejar dar tudo certo.
Quero ser a alma que ainda sente o cheiro da própria história.
Quero ser sempre a que se identifica no próprio caminho.

Quero somente dormir sem temer fechar os olhos para os filhos que não são meus.